Veja como fazer a colheita do café e a reconhecer qual é a época correta, diferentes métodos, custo e muito mais!
A época de colheita do café é um dos fatores que mais interferem no sabor da bebida. Saber o momento correto de realizá-la é primordial.
ÉPOCA DE COLHEITA DO CAFÉ
O tempo de colheita após a floração do café é de aproximadamente 7 meses. Há mais de uma floração por ano. Por isso, a colheita se estende por vários meses. No Brasil, o pico de colheita acontece entre Junho e Agosto.
Em países próximos à linha do Equador, pode ocorrer florada todos os meses, devido aos fatores climáticos serem favoráveis. Nesses locais, a colheita é feita durante o ano todo.
Diversos fatores interferem na qualidade dos grãos colhidos. Por exemplo, o manejo da lavoura, clima, momento de colheita, beneficiamento, secagem e armazenamento.
Colher o café no momento ideal é fundamental para não afetar a qualidade da bebida.
Se a colheita ocorrer antes do tempo, a maioria dos frutos estão verdes e há alta concentração de fenóis, como taninos e ligninas. Essas substâncias interferem negativamente no sabor do café.
Quando são colhidos muitos secos, também sofrem alterações de sabor. Isso acontece devido a fermentação negativa, reduzindo sua qualidade.
Como a floração não ocorre somente uma vez, existem grãos em todos os estádios de maturação na mesma planta.
Assim, se a colheita do café não for manual, de grão a grão, o ideal é realizar quando estiver com maior uniformidade de maturação. Isso representa de 80% a 90% dos frutos já maduros, com menos de 20% dos frutos verdes.
Para a produção de cafés especiais, são utilizados grãos do tipo cereja. Isso tem gerado maior valor agregado para os produtores que buscam produzir este tipo de café.
CLASSIFICAÇÃO DOS GRÃOS DE CAFÉ
Os grãos podem ser classificados conforme seu ponto de maturidade:
Café verde, ou grãos verdes (teor de água de 60 a 70 %): é quando ocorre a granação dos frutos, ou seja, o endosperma fica duro, e os frutos estão com coloração verde;
Grãos verde cana (teor de água de 55 a 60 %): os grãos vão mudando a coloração, se tornando mais maduros, passando a assumir a coloração do cultivar;
Grãos cereja (teor de água de 45 a 55 %): quando os frutos já estão totalmente com a coloração do cultivar, este é o momento ideal de colheita;
Grãos passam (teor de água de 30 a 45 %): quando os grãos já passaram do momento correto de colheita. O tegumento dos grãos, ou casca, começa a adquirir uma coloração escura.
Grãos secos/coco (menor que 25%): os frutos de café neste ponto já estão secos, com umidade baixa.
Grãos bóia: são grãos que flutuam na água devido ao menor peso, que pode ocorrer devido a má formação do grãos, por estar imaturo ou com ataque de pragas como da broca do café.
COMO É FEITA A COLHEITA DE CAFÉ
Existem três tipos de colheita de café: manual (com trabalhadores que fazem a poda e retiram os frutos), semimecanizada (com trabalhadores e uso de máquinas em alguns processos) e mecanizada (totalmente feita através de máquinas).
Veja mais sobre eles a seguir:
COLHEITA DE CAFÉ MANUAL
A colheita manual ainda é bastante utilizada em áreas de declive, em que a entrada de colhedoras é inviável. Pequenas propriedades também costumam adotar esse método.
Esse tipo de colheita consiste em retirar manualmente os grãos dos ramos. Ele exige muita mão de obra e é mais demorada.
Primeiro é feita a arruação, que consiste em limpar embaixo das plantas e nas entrelinhas. Essa operação é feita para facilitar a varrição depois da colheita e evitar mistura dos grãos com restos vegetais.
Para realizar a colheita manual de café são estendidas lonas ou panos na saia do cafezal, ou o colhedor carrega uma peneira. A colheita por este método pode ser feita de dois modos.
Os colhedores fazem a derriça total dos grãos nos panos ou peneiras, que são coletados e abanados. Isso os separa dos restos vegetais, como folhas e ramos. Em seguida, são levados para secagem.
Em locais onde a colheita é feita o ano todo, ou para fabricação de cafés especiais, os colhedores retiram da planta de café somente os grãos cereja. Eles deixam os verdes para a próxima colheita.
Neste caso, os grãos apresentam maior qualidade, apesar do maior gasto com mão de obra.
Após a colheita, é feita a varrição. Nela, os grãos que caíram no chão devem ser coletados para não servirem de local viável para broca-do-café. Essa praga pode prejudicar a próxima safra.
São utilizados rastelo e peneira para catar estes grãos e separá-los dos restos vegetais. Posteriormente, eles são comercializados por um preço menor em relação ao café colhido e com menor qualidade.
COLHEITA DE CAFÉ SEMI MECANIZADA
Na colheita semimecanizada, parte das operações são feitas manualmente e a outra parte de forma mecanizada.
Devido a falta de mão de obra para colheita do café, este método tem sido adotado por muitos produtores. Ele reduz a quantidade de mão de obra, otimiza o tempo e gera maior rendimento na operação.
Todas estas etapas podem ser feitas de modo manual ou mecanizado, gerando várias combinações de máquinas e mão de obra são possíveis como:
Derriça: manual ou com uso de derriçadeiras elétricas.
Recolhimento: no pano ou com uso de máquina que recolhe a lona.
Abanação: feita em peneiras ou abanador mecânico.
Na colheita semimecanizada, um ou mais processos destes citados são feitos com uso de máquinas, o que agiliza o trabalho.
Para o café conilon ou robusta, o uso de máquina que recolhe e trilha os grãos já é uma opção de uso dos produtores.
COLHEITA DE CAFÉ MECANIZADA
A colheita mecanizada do café vem sendo empregada em diversas regiões, principalmente nas que apresentam topografia adequada para este método. Ela pode ser realizada em grandes, médias e pequenas propriedades.
Todas as etapas de colheita citadas acima são realizadas por uma máquina, seja automotiva ou de arrasto.
Com o uso de mecanização, há aumento do rendimento operacional e redução do custo de mão de obra.
Outro ponto importante neste método é a regulagem da colheitadeira, para evitar perdas de grãos ou danos nas plantas.
Importante lembrar que tanto na semi quanto na mecanizada, são colhidos grãos em diversos estágios, verdes, maduros e passados, que afetam negativamente o resultado final da colheita e da bebida.
PÓS-COLHEITA DE CAFÉ
Com a colheita realizada, outro ponto que afeta a qualidade da bebida é a pós-colheita do café, feita em várias etapas. Após a retirada dos grãos do campo, o teor de água é elevado nos grãos. O próximo passo é a secagem.
Ela pode ser feita em terreiros ou em terreiros suspensos, utilizados principalmente para produção de cafés especiais.
O café precisa estar entre 10,5% a 11,5% de umidade para ser beneficiado. O cuidado com a temperatura é importante, por isso é preciso de tempo em tempo revolver o café durante a secagem.
Após a secagem, o próximo passo é o beneficiamento. A máquina que realiza esse processo pode ser móvel ou fixa.
Depois de beneficiados, os grãos são colocados em sacos ou big-bags. Eles devem ser armazenados em local arejado, piso impermeável, limpo e sem iluminação solar direta.
Os sacos ou big-bags devem ser colocados sobre paletes para evitar contato direto com o chão ou paredes.
CONCLUSÃO
A colheita de café é um fator que interfere na qualidade da bebida.
Saber o momento ideal de colher é fundamental para obtenção de grãos desejados e evitar perdas de produção.
Além disso, a colheita pode ser realizada de três métodos: manual, semimecanizada e mecanizada.
O nosso CAFÉZÃO passa por um longo processo até chegar a nossa xícara!