A secagem do café inclui preparo (secar os grãos propriamente dito) e armazenamento. No Brasil, atualmente, existem basicamente a utilização de dois métodos para secagem do café, em terreiros ou secadores mecânicos e podem levar de 8 até 30 dias de acordo com o tipo de café, terreiro e condições climáticas.
O cuidado com cada uma dessas fases é de fundamental importância para o resultado na qualidade do produto final ao consumidor. E também está diretamente ligada ao custo da produção.
Uma vez que, o elevado teor de umidade inicial dos grãos, em torno de 60%, torna a secagem do café comparativamente mais difícil de ser executada se comparada com outros produtos agrícolas.
Além do mais, a importância do processo se torna ainda maior pela representatividade do café no agronegócio nacional.
Segundo o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), a cafeicultura é uma das atividades com maior relevância do ponto de vista social e econômico nas regiões.
Contudo, o processo de secagem é uma das operações mais importantes para a melhoria da qualidade do café. Que deve ser executada em menor tempo possível, tomando sempre o cuidado de evitar a fermentação dos grãos. Esse processo, uma vez mal conduzido, poderá acarretar grandes prejuízos ao cafeicultor.
MÉTODOS DE SECAGEM DO CAFÉ
Aqui no Brasil, atualmente, existem basicamente a utilização de dois métodos para secagem do café, em terreiros ou secadores mecânicos.
Pode ser utilizado esses métodos separadamente, como também, a combinação destes dois tipos de secagem.
Na combinação, utiliza-se um período de pré-secagem em terreiros, quando o café ainda possui elevado teor de água, e logo após a complementação da secagem em secadores mecânicos.
Uma boa secagem preserva a aparência, como também, a qualidade e nutritiva do grão, agregando valor no produto final. Sendo que, um ponto importante a ser empregado para uma melhor secagem é a separação de lotes a partir da época de colheita, umidade e homogeneidade dos frutos.
Vejamos a seguir cada um dos métodos de secagem do café separadamente.
Dessa forma, a escolha do método de secagem é muito importante. E essa escolha vai depender de fatores como o nível tecnológico do produtor, a possibilidade de investimento, o volume de produção, as condições climáticas da região, a disponibilidade de espaços físicos livres e mão de obra.
SECAGEM CONVENCIONAL OU SECAGEM EM TERREIRO
A secagem do café de forma convencional é bastante utilizada, ela é feita em terreiros de chão batido ou mesmo de cimento, tijolo ou asfalto. Além de poderem ser em terreiros cobertos ou terreiros suspensos. Entretanto, esse método pode causar baixa taxa de secagem, devido a exposição a condições climáticas desfavoráveis.
No terreiro, as condições para o desenvolvimento de microrganismos na superfície dos frutos são mais favorecidas. Como também, o aumento da respiração e da temperatura, são fatores que aceleram o processo de fermentação dos grãos, alterando a qualidade final.
O café é sensível a temperaturas excessivamente altas, tolerando 40 °C durante um ou dois dias, 50 °C durante poucas horas e 60 °C se o intervalo de tempo for inferior a uma hora, sem se danificar o grão.
SECADORES MECÂNICOS
Secadores mecânicos realizam a secagem artificial dos grãos, podendo ser rotativos, verticais ou horizontais.
Os secadores mecânicos usam ar forçado aquecido a diferentes temperaturas, onde, o ar aquecido passa através dos grãos.
Podendo ser executado o processo com movimento ou não dos grãos.
Além desses métodos de secagem do café, deve ser definido se a secagem do grão será com preparo seco ou úmido.
PREPARO POR VIA SECA
Primeiro passo após a colheita, o café é espalhado para secar no terreiro, como já abordado, o terreiro pode ser de cimento, chão batido ou mesmo suspenso.
O café não deve ficar amontoado, para que não ocorra fermentações indesejáveis, que acarretam em danos à qualidade dos grãos.
À tarde, o café deve ser amontoado em pequenos montes e abertos na manhã do dia seguinte, para prosseguimento no processo de secagem do café.
Importante a agilidade nessa operação para boa qualidade dos grãos, evitando sua deterioração.
PREPARO POR VIA ÚMIDA
Esse processo consiste na retirada da casca do fruto maduro, para posterior fermentação da mucilagem e lavagem dos grãos. Essa fermentação ocorre por meio de microrganismos presentes no ambiente. Esse processo deve ser conduzido com muita cautela, pois a qualidade do café pode ser prejudicada, afetando sua aceitação no mercado.
O preparo por via úmida, é mais comumente utilizado na América central e na África. Gerando cafés mais suaves e geralmente com boas cotações no mercado, de alto valor comercial.
CONCLUSÃO
Para evitar gastos desnecessários e garantir uma boa qualidade ao seu produto, a secagem do café deve ser realizada com um bom planejamento desde a colheita. É necessário fazer um levantamento da estrutura de pós-colheita disponível na propriedade, do volume de grãos de café a ser colhido. Além do número de dias que serão gastos para sua realização, da mão de obra disponível e do número de horas de máquina necessário, entre outros.
E você já tinha alguma ideia de como funcionava todo o processo de secagem dos grãos?